domingo, 29 de julho de 2007

Sobre o Tempo

A ciência comprova: O tempo é elástico e relativo. Dura uma eternidade na cadeira do dentista e um lapso, ao lado da pessoa amada. O aparente fluir do rio do tempo, do passado para o futuro, nos ilude sobre a sua verdadeira natureza:

O tempo é um tecido, cujos fios entrelaçados são os nossos destinos. Onde cada gesto, cada escolha, nos leva a caminhos inesperados. Uma complexa rede de fatos, olhares e encontros que apelidamos de "acaso".

O tempo é uma das minhas matérias primas perferidas. Estou sendo mais cuidadoso agora para evitar uma expressão recorrente que corre o risco de se transformar num clichê: Subverter o tempo. Embaralhando a cronologia, eu me debruço sobre as minhas personagens, dando ao leitor a oportunidade de olhar o mundo de dentro para fora, sob a ótica de quem os viveu, misturando as almas dos leitores e personagens, como tintas numa aquarela.

Quando escolhi alocar a história de JANAÍNA E A CHUVA no ano de 2123, não pretendia escrever um livro de Ficção Científica. As tecnologias são meros adereços para as vivências das personagens, que fazem uso de ferramentas corriqueiras no século XXII e não as cultuam, como as personagens de livros do gênero.

Procuro sempre dar um viés humano aos adereços tecnológicos de cada época, do mesmo modo que nós, hoje, nos emocionamos ante um belo e-mail e achamos trivial e secundário a tecnologia que o fez chegar a nós.

Eis de volta a questão essencial do tempo e a conclusão que tiro é a mesma que a Bíblia tirou, no livro do Eclesiastes: Não há nada de novo embaixo do sol.

O tempo muda o cenário, mas as personagens são sempre as mesmas: homens e mulheres querendo a felicidade... E não há nada neste mundo que nos faça mais feliz do que o AMOR !

Ah, mas isto é assunto para outra postagem...

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