sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Caixinhas Delicadas

Complicaram o Amor.

Hoje, as pessoas esticam sobre si a pele impermeável da desconfiança... Uma couraça de defesas que as impedem de abrirem-se ao Amor.

Ah, Palavra cantada... decantada, mal cantada... desencantada... que é o Amor.

Não me surpreendo que o amor esteja morrendo de inanição: As pessoas andam superficiais demais... desatentas demais... Submergiram na montanha de inutilitários que a tecnologia as ofereceu... Ocupadas demais em apressarem-se para prestar atenção em uma coisa tão banal e irrelevante quanto elas mesmas.

Penso que as pessoas têm em seu coração uma infinidade de Caixinhas Delicadas, cada qual com uma forma, uma cor, uma chave e um tamanho. Em cada uma delas cabe apenas um sentimento: Amor, ódio, ternura, desejo, tesão, carência, enlevo, asco, medo, compaixão, premência, loucura, nojo e... e.... e... e..... encham as lacunas com os seus próprios sentimentos.

Sentimentos são entes puros demais para dividir espaço com outras emoções, em nossas Caixinhas Delicadas.

Em Janaína e a Chuva, meu Romance, Deborah vive o drama de não encontrar o homem que preencha as suas Caixinhas. Fausto e Fabrízio completam universos diferentes em sua feminilidade complexa e sutil. Mas muitas caixinhas permanecem vazias até últimos momentos da História.

Mas não se preocupem, Deborah será amada.

Ah, quase ia me esquecendo: Estas Caixinhas mudam de tamanho ao longo de nossas vidas... o que nos mexe hoje... amanhã nos causa tédio.

Eis mais um componente quase inacessível aos que apenas arranham a superficie das almas, nos amores vividos na correria dos nossos dias.

Amem ! Amem a mulher ou o homem que vocês escolheram... Há riquezas neste ser amado que nem mil vidas seriam suficientes para decifrar.

Amem! E ocupem as Caixinhas Delicadas do coração de quem você ama... Transforme o seu amor no dia a dia...

Faça-o e Refaça-o a cada manhã.

Pois quem te ama, ao abrir os olhos e sorrir para você,

Será outro... Bem diferente do ser que desmanchou-se de amor nos seus beijos de ontem... e adormeceu em seus braços.

Você fez alguém esquecer-se mundo, por sua causa.

Se acontecer isso, sorria também.

Pois você está amando.

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