Certa vez, fui pago para ler e resumir um livro de Nietzsche: "A origem da tragédia". Não se espantem! É inquietante saber que vivemos em um país em que pessoas são pagas para isso. Mas eu era um jovem estudante e, diga-se de passagem, sem grana.
Nada que irá manchar a minha biografia.
Confesso que o livro me surpreendeu: Nem tanto pela abordagem que Nietzsche deu ao tema da tragédia grega, mas pela sua magnífica leitura sobre a questão estética.
O que nos faz identificar algo como belo? Depende do ponto de vista, diria alguns. Mas há coisas no mundo que são unanimemente belas: pessoas, gestos, monumentos, paisagens... o que as faz possuir tal unanimidade?
Eu arrisco dizer: Tais coisas nos fazem felizes.
Um pensador da estatura de Nietzsche talvez não tivesse coragem de dizer esta heresia, mas eu tenho:
As coisas belas da vida são as que nos traz felicidade.
Imaginemos um filme com uma bela história de amor, simples e com um beijo ao som de violinos no final. Eis um final óbvio... Previsível.... De um filme qualquer, execrado pela crítica especializada que diria: "um insosso exemplar de um romantismo piegas".
Um filme com final previsível: Eis a conclusão.
Por mais óbvio que possa parecer, o final do nosso querido filme B é previsível... Porque é o que queremos para uma história de amor: Beijos, música e violinos no final.
Por isso, eu proponho uma Nova Estética para o século XXI:
Que seja belo tudo que nos faz feliz. Que as livrarias transbordem de livros com finais encantadores. Que tais letras possam moldar as almas dos que emergem da infância... Que estas crianças cresçam, fincando raizes na terra generosa da simplicidade... E achem o máximo fazer felizes as pessoas que as cercam.
Uma felicidade despudorada, cínica ante aos que a critiquem! Até que as vozes dissonantes da tristeza se calem e o mundo possa ser feliz em paz.
Estou cansado de finais infelizes.
O mundo, também.
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